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"Brincar com crianças não é perder tempo, é ganhá-lo; se é triste ver meninos sem escola, mais triste ainda é vê-los sentados enfileirados em salas sem ar, com exercícios estéreis, sem valor para a formação do homem."

( Carlos Drummond de Andrade )


terça-feira, 11 de maio de 2010

OLAVO BILAC - POESIAS


OLAVO BILAC (1865 - 1918)

Paulo Franchetti *

O nome de Olavo Braz Martins dos Guimarães Bilac (1865-1918) foi, durante muito tempo, sinônimo de “poeta”. Adorado em vida, venerado no período subseqüente à sua morte, o “príncipe dos poetas brasileiros” apenas a partir de meados de novecentos foi sendo deixado de parte.

De modo geral, pode-se compreender a história da literatura brasileira dos anos de 1880, nos quais a propaganda republicana ganhou corpo, até a época do Modernismo, como o período de construção de um público médio e da feliz identificação entre as expectativas desse público e a realização estética que lhe era oferecida pelos escritores mais notáveis. Bilac e seus companheiros parnasianos não apenas criaram, no final do século XIX, um gosto homogêneo e difundido, que persistiria por décadas, mas solidificaram a idéia de que construir uma literatura pautada pelo respeito à norma e pela integração do intelectual na vida política e econômica da nação era um dos principais requisitos para construir e manter a própria nacionalidade republicana.

No que diz respeito à poesia, Bilac permanece, a cem anos de sua morte, o poeta mais lido e talvez mesmo o único a ter edições e a receber atenção crítica continuadas dentre os da sua época e escola. É que, embora cultor da métrica impecável e da forma elaborada em poesia, Bilac nunca é obscuro e raras vezes precioso. Pelo contrário, se há um defeito recorrente em sua poesia é o intuito didático, a vontade de comunicação e de clareza que impele tantos dos seus versos para a explicitação excessiva. Desse didatismo e dessa vontade de comunicação advém um traço estilístico que é todo seu e o distingue entre os contemporâneos parnasianos: a apostrofação excessiva.

A apostrofação, o gosto pela descrição e pela narração objetiva de episódios históricos e o apuro lingüístico fazem que muito da sua obra tenha aspecto de atividade didática, centrada na comunicabilidade, na clareza expressiva e no caráter exemplar da correção sintática. Mas a sua competência técnica, o seu lirismo muitas vezes notável e a sua veia erótica (tão acentuada que, ainda em 1921, Mário de Andrade julgava importante defendê-lo da acusação de obscenidade) fazem dele, como afirmava o mesmo Mário, “o maior dentre os parnasianos” brasileiros. Na verdade, o tipo, a partir do qual se podem definir as variações.

Além de poeta, Bilac foi também autor de livros para uso escolar: a partir de 1904 fazem sucesso as suas Poesias infantis; e em 1913, junto com Manuel Bomfim, publica uma narrativa para uso nas escolas primárias, intitulada Através do Brasil. A par dessas obras, ao longo do tempo, em colaboração com outros autores, Bilac assina também um volume de Contos Pátrios, um Livro de Leitura, um Livro de Composição, e ainda A Pátria Brasileira e o Teatro Infantil.

* Paulo Franchetti é professor titular do Departamento de Teoria Literária da Unicamp.

FAÇA O DOWNLOAD DA OBRA DE OLAVO BILAC. ACESSE AQUI: POESIAS INFANTIS

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