Olá, é um prazer ter sua companhia !

"Brincar com crianças não é perder tempo, é ganhá-lo; se é triste ver meninos sem escola, mais triste ainda é vê-los sentados enfileirados em salas sem ar, com exercícios estéreis, sem valor para a formação do homem."

( Carlos Drummond de Andrade )


sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Alfabetização- histórias narradas e seus desafios

Autor e Co-autor(es)

Grace Luciana Pereira

SAO PAULO - SP Universidade de São Paulo

Mary Grace martins (coordenação)



Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula
Aprender a escutar; Trabalhar aspectos tais como a narrativa, a argumentação, a descrição, que farão diferença no processo de construção textual. Reconhecer as diferenças sonoras e escritas das palavras; Trabalhar em dupla.
Duração das atividades
1 aula- caso o professor aceite a proposta número 5 a atividade poderá se estender pelo bimestre.
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno
Conversar sobre a importância da escuta e sobre o ouvir histórias.
Estratégias e recursos da aula


http://portaldoprofessor.mec.gov.br/storage/discovirtual/aulas/1702/imagens/calvinharodotira537.gif


Orientações didáticas

Ler é poder, sem dúvida nenhuma. Como diria Paulo Freire ler é decifrar a palavra mundo. Introduzir a criança neste mundo letrado tem que ser prazeroso. É uma das formas é trabalhar com o que a criança já apresenta a oralidade, o contar histórias.

Afinal, ela não se comunica formalmente utilizando em relação à escrita, mas tem história e vivência, e principalmente muita imaginação. Hoje sabemos que a escrita é um processo cognitivo, e mesmo as garatujas das crianças são.


No caso da língua escrita o comportamento da comunidade escolar é marcadamente oposto. Quando a criança faz suas primeiras tentativas para escrever é desqualificada de imediato porque faz ”garatujas”. Desde as primeiras escritas o traçado deve ser correto e a ortografia convencional. Ninguém tenta compreender o que a criança quis escrever, porque se supõe que não possa escrever nada até ter recebido a instrução formal pertinente (na realidade: é melhor que não escreva até não saber gravar de modo conveniente). Ninguém tenta retraduzir o que a criança escreveu, porque lhe nega o direito de se aproximar da escrita por um caminho diferente do indicado pelo método escolhido pelo professor. Emilia Ferreiro (1993, p30)


A proposta dessa aula é partir de uma história narrada e propor desafios diferentes para a turma respeitando os diferentes conhecimentos que os alunos apresentam é trazer desafios procurando entender o momento em que o aluno está e utilizar estratégias para que ele avance na apropriação da língua formal.


Para tal, pense em duplas produtivas, seguem alguns exemplos:
- Aluno silábico sem valor sonoro com outro que esteja silábico com valor sonoro
- Aluno silábico com valor sonoro, mas que tenha pouco repertório de letras com outro aluno silábico com valor sonoro com rico repertório de letras.
- Aluno pré silábico com Aluno silábico sem valor sonoro.
-Aluno silábico –alfabético com aluno alfabético, etc.

FERREIRO, Emília. Com todas as letras. Editora Cortez. São Paulo, 1993.

Sequência Didática

http://portaldoprofessor.mec.gov.br/storage/discovirtual/aulas/1702/imagens/provibrasil_g.jpg

No portal do professor há um arquivo de som chamado a casa feia. Peça para cada dupla ouvir, ou se for o caso todos podem ouvir coletivamente. A história conta a história de um gato que está construindo sua casa e no decorrer vai recebendo dicas de outros animais, seus amigos para deixá-la mais bonita.

Após ouvir a história estimule os alunos a exporem seus sentimentos e opiniões sobre a história, essa roda de conversa faz parte do processo de escuta, argumentação e descrição.

Exercício de escrita
Para silábico com valor sonoro: possibilita utilizar seu conhecimento sobre o valor sonoro convencional das letras e explicitar esse seu conhecimento a um parceiro, o que também o faz aprender.


Proposta 1

Para o silábico sem valor sonoro: trabalhar com um aluno que faz uso do valor sonoro convencional permite pensar a respeito de quais letras utilizarem.

Faça uma tabela com o nome dos animais que aparecem na história peça que identifique o pato e o gato.

gato
rato
pato
bode

Proposta 2

Alunos com hipótese de escrita silábica com valor sonoro podem ser agrupados entre si ou com alunos com hipótese de escrita silábica alfabética.

Dê a tabela em branco e peça para que eles escrevam o nome dos animais que aparecem nas histórias.

Proposta 3





Para o pré-silábico: favorecer um espaço de contradição para a criança que ainda não percebeu que a escrita representa a fala e utiliza outros critérios de análise. Coloque uma criança que esteja silábica para ser parceria na atividade.

Peça para que a dupla associe a figura ao desenho

http://portaldoprofessor.mec.gov.br/storage/discovirtual/aulas/1702/imagens/gato.jpg http://portaldoprofessor.mec.gov.br/storage/discovirtual/aulas/1702/imagens/pato4.jpg http://portaldoprofessor.mec.gov.br/storage/discovirtual/aulas/1702/imagens/topolino.gif http://portaldoprofessor.mec.gov.br/storage/discovirtual/aulas/1702/imagens/bode.gif

gato

pato

rato

bode

Proposta 4

Para os silábicos com valor sonoro e com bom repertório de letras faça dupla com os alfabéticos.

Peça para que eles reescrevam a história dando um final diferente.

Proposta 5

Utilize um gravador de som (como o do Windows ou o audacity) e peça para cada dia um aluno registrar uma história que ele saiba contar, utilize essas novas histórias para novos desafios.


Os alunos podem utilizar parlendas nesse processo, músicas, textos memorizados, etc.

http://portaldoprofessor.mec.gov.br/storage/discovirtual/aulas/1702/imagens/grav.jpg

Recursos Educacionais

Fonte: PORTAL DO PROFESSOR

HIPÓTESES DE ALFABETIZAÇÃO SEGUNDO EMILIA FERREIRO E ANA TEBEROSKY.


Por acreditarem que a criança busca a aprendizagem na medida em que constrói o raciocínio lógico e que o processo evolutivo de aprender a ler e escrever passa por níveis de conceitualização que revelam as hipóteses a que chegou a criança, Emilia Ferreiro e Ana Teberosky definiram , em seu Psicogêne da Língua Escrita, cinco níveis:
• Nível 1: Hipótese Pré-Silábica;
• Nível 2: Intermediário I;
• Nível 3: Hipótese Silábica;
• Nível 4: Hipótese Silábico-Alfabética ou Intermediário II;
• Nível 5: Hipótese Alfabética.

A caracterização de cada nível não e determinante, podendo a criança estar em um nível ainda com características do nível anterior. Essas situações são mais freqüentes nos níveis Intermediários I e II, onde freqüentemente podemos nos deparar com contradições na conduta da criança e nos quais se percebe aa perda de estabilidade do nível anterior e a não estabilidade no nível seguinte, evidenciando o conflito cognitivo.
• Nível 1: Hipótese Pré-Silábica;
A criança:
- não estabelece vinculo entre fala e escrita;
- demonstra intenção de escrever através de traçado linear com formas diferentes;
- usa letras do próprio nome ou letras e números d\na mesma palavra;
- caracteriza uma palavra como letra inicial;
- tem leitura global, individual e instável do que escreve: só ela sabe o que quis escrever;


• Nível 2: Intermediário I;
A criança:
- começa ater consciência de que existe alguma relação entre pronuncia e a escrita;
- começa a desvincular a escrita das imagens e os números das letras;
- conserva as hipóteses da quantidade mínima e da variedade de caracteres.
• Nível 3: Hipótese Silábica;
A criança:
- já supõe que a escrita representa a fala;
- tenta fonetizar a escrita e dar valor sonoro às letras;
- já supõe que a menor unidade de língua seja a sílaba;
- em frases, pode escrever uma letra para cada palavra.

• Nível 4: Hipótese Silábico-Alfabética ou Intermediário II;
A criança:
- inicia a superação da hipótese silábica;
- compreende que a escrita representa o som da fala;
- passa a fazer uma leitura termo a termo; (não global)
- consegue combinar vogais e consoantes numa mesma palavra, numa tentativa de combinar sons, sem tornar, ainda, sua escrita socializável. Por exemplo, CAL para cavalo.
• Nível 5: Hipótese alfabética.
A criança:
- compreende que a escrita tem função social;
- compreende o modo de construção do código da escrita;
- omite letras quando mistura as hipóteses alfabética e silábica;
- não tem problemas de escrita no que se refere a conceito;
- não e ortográfica e nem léxica.
A alfabetização não é mais vista como sendo o ensino de um sistema gráfico que equivale a sons. Um aspecto que tem que ser considerado nessa nova perspectiva e que a relação da escrita com a oralidade não é uma relação de dependência da primeira com a segunda, mas e antes uma relação de interdependência, isto e, ambos os sistemas de representação influenciam-se igualmente.
Temos então que a concepção que em geral se faz a respeito da aquisição da linguagem escrita, corresponde a um modelo linear e “positivo” de desenvolvimento, segundo o qual a criança aprende a usar e decodificar símbolos gráficos que representam os sons da fala, saindo de um ponto ‘x’ e chegando a um ponto ‘y’.
O dia a dia apresentado pelos alunos que ingressam nas séries iniciais, mostra-se preocupante, considerando que a cada momento, o educador encontra-se diante de alguns obstáculos, principalmente quando se refere à leitura e suas interpretações.Essa dificuldade embora comuns, se difunde em outras, como interpretação de textos, ditado, cópia e etc..., o que numa linguagem atual se reporta às técnicas de redação. Entende-se que cada aluno apresenta sua dificuldade, alguns tem bloqueios para escrever, expressar suas emoções, falar etc. Nesse contexto, o professor precisa estar atento a essas dificuldades, a fim de criar mecanismo para seu enfrentamento, reconhecendo que na fase inicial, a criança absorve o que lhe é repassado e incorpora valores que no decorrer da vida escolar, se contemporizam com outros, podendo gerar conflito ou dificuldades. Sobre o Autor

Pós Graduada em Psicopedagogia Institucional.

Graduada em Pedagogia pela Universidade Federal do Amazonas. UFAM

Professora de Educação Infantil pela rede municipal de ensino. SEMED AM




Livro Para casa e para sala: Pré-silábico - BAIXE AQUI

Fonte: Artigos.com