Para a escritora infantil Tatiana Belinky, cabe tudo nas histórias para crianças pequenas: castelos, florestas, cidades inteiras
Foto: Levi Mendes Jr.
'Sempre digo aos pequenos que o livro é um objeto mágico'
A história de vida de Tatiana Belinky é tão emocionante quanto os livros que ela escreve para as crianças. Nascida na Rússia, poliglota e escritora desde sempre, chegou ao Brasil aos 10 anos, fugindo com a família das mazelas da guerra civil provocada pela revolução comunista que, em 1917, fez nascer a antiga União Soviética. Seu primeiro livro infantil, Limeriques (Ed. FTD), foi publicado em 1987. Hoje, aos 89 anos, ela continua escrevendo – à mão, com uma caligrafia que não envelhece com o passar do tempo.
Para ler a entrevista, clique nas perguntas abaixo: - Como estimular a leitura entre crianças de até 3 anos?
- Tatiana Belinky: Não fico me preocupando com idade. Escrevo o que me dá vontade naquele dia, e a faixa etária que me escolha. Mas o fundamental é ler histórias, ter sempre muitos livros por perto e cantar. Música é fundamental, mas tem de ser de qualidade. É por isso que, no mundo inteiro, existem as músicas de acalanto. Elas são feitas para assustar, mas a letra não importa. A criança ouve o acalanto, depois a voz da mamãe e, em seguida, dorme muito bem.
- Qual é o significado da fantasia no universo da criança?
- Tatiana Belinky: A fantasia é tudo. Sempre digo aos pequenos que o livro é um objeto mágico, muito maior por dentro do que por fora. Por fora, ele tem a dimensão real, mas dentro dele cabe um castelo, uma floresta, uma cidade inteira... Um livro a gente pode levar para qualquer lugar. E com ele se leva tudo.
- Por que os contos acumulativos - aqueles em que, sucessivamente, se vão acrescentando novos elementos - funcionam tão bem com os bebês?
- Tatiana Belinky: Todo mundo gosta de repetição, inclusive as crianças, porque fica mais fácil de memorizar. Quem gosta demais de alguma coisa sempre quer experimentá-la de novo. Isso vale para tudo: do prato que você não se cansa de pedir no restaurante ao livro que a gente lê e relê inúmeras vezes.
- Livro infantil que se preza deve ter "moral da história"?
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