Olá, é um prazer ter sua companhia !

"Brincar com crianças não é perder tempo, é ganhá-lo; se é triste ver meninos sem escola, mais triste ainda é vê-los sentados enfileirados em salas sem ar, com exercícios estéreis, sem valor para a formação do homem."

( Carlos Drummond de Andrade )


domingo, 5 de julho de 2009

HIPERATIVIDADE



HIPERATIVIDADE é um tema que é sempre bom lembrar e falar sobre ele. Nos dias de hoje, onde a criança não tem espaço físico para gastar suas energias, pois normalmente mora em apartamento pequeno onde disputa espaço com os móveis, enfeites e eletroeletrônicos, acaba pulando e correndo dentro de casa, muitas vezes ocasionando quedas e quebrando enfeites, deixando os pais transtornados. Em razão disso vem o rótulo, tão em moda: ELA É HIPERATIVA.

No site Mães com Filhos, o qual sou uma das três editoras, respondemos muitas pergunas sobre HIPERATIVIDADE. Hoje mesmo coloquei um post intitulado "Hiperativo ou "levado da breca"?" onde foco a habitualidade de se dizer que uma criança, cheia de energia, é hiperativa.

Como estamos no início do ano letivo e muitos dos professores estão ainda em processo de reconhecimento e conhecimento de seus alunos, achei pertinente postar alguns textos interessantes abordando a HIPERATIVIDADE.



Compreensão, Avaliação e Atuação: Uma Visão Geral sobre o TDAH

Sam Goldstein, PhD*


O Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH) é caracterizado por uma constelação de problemas relacionados com falta de atenção, hiperatividade e impulsividade. Esses problemas resultam de um desenvolvimento não adequado e causam dificuldades na vida diária. O TDAH é um distúrbio bio-psicossocial, isto é, parece haver fortes fatores genéticos, biológicos, sociais e vivenciais que contribuem para a intensidade dos problemas experimentados. Foi comprovado que o TDAH atinge 3% a 5% da população durante toda a vida. Diagnóstico precoce e tratamento adequado podem reduzir drasticamente os conflitos familiares, escolares, comportamentais e psicológicos vividos por essas pessoas. Acredita-se que, através de diagnóstico e tratamento corretos, um grande número dos problemas, como repetência escolar e abandono dos estudos, depressão, distúrbios de comportamento, problemas vocacionais e de relacionamento, bem como abuso de drogas, pode ser adequadamente tratado ou, até mesmo, evitado.

Até há algum tempo atrás, pensava-se que os sintomas do TDAH diminuíam com a adolescência. As pesquisas mostraram que a maioria das crianças com TDAH chega à maturidade com um padrão de problemas muito similar aos da infância e que adultos com TDAH experimentam dificuldades no trabalho, na comunidade e com suas famílias. Também há registros de um número maior de problemas emocionais, incluindo depressão e ansiedade.

Em 1902, pesquisadores descreveram pela primeira vez as características dos problemas de impulsividade, falta de atenção e hiperatividade apresentados por crianças com TDAH. Desde então, o distúrbio foi denominado de várias maneiras, entre elas, Disfunção Cerebral Mínima, Reação Hipercinética da Infância e Distúrbio de Déficit de Atenção. A 4ª edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, da Associação Americana de Psiquiatria, atualmente descreve este conjunto de problemas como Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade.

O Problema

O TDAH interfere na habilidade da pessoa de manter a atenção - especialmente em tarefas repetitivas - de controlar adequadamente as emoções e o nível de atividade, de enfrentar conseqüências consistentemente e, talvez o mais importante, na habilidade de controle e inibição. Inibição refere-se à capacidade de evitar a expressão de forças poderosas que levam a agir sob o domínio do impulso, de modo a permitir que haja tempo para o autocontrole. As pessoas com TDAH até podem saber o que deve ser feito, mas não conseguem fazer aquilo que sabem devido à inabilidade de realmente poder parar e pensar antes de reagir, não importando o ambiente ou a tarefa.

As características do TDAH aparecem bem cedo para a maioria das pessoas, logo na primeira infância. O distúrbio é caracterizado por comportamentos crônicos, com duração de no mínimo 6 meses, que se instalam definitivamente antes dos 7 anos. Atualmente, 4 subtipos de TDAH foram classificados:

1. TDAH - tipo desatento - a pessoa apresenta, pelo menos, seis das seguintes características:

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Não enxerga detalhes ou faz erros por falta de cuidado.
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Dificuldade em manter a atenção.
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Parece não ouvir.
*
Dificuldade em seguir instruções.
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Dificuldade na organização.
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Evita/não gosta de tarefas que exigem um esforço mental prolongado.
*
Freqüentemente perde os objetos necessários para uma atividade.
*
Distrai-se com facilidade.
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Esquecimento nas atividades diárias.

2. TDAH - tipo hiperativo/impulsivo - é definido se a pessoa apresenta seis das seguintes características:

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Inquietação, mexendo as mãos e os pés ou se remexendo na cadeira.
*
Dificuldade em permanecer sentada.
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Corre sem destino ou sobe nas coisas excessivamente (em adultos, há um sentimento subjetivo de inquietação).
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Dificuldade em engajar-se numa atividade silenciosamente.
*
Fala excessivamente.
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Responde a perguntas antes delas serem formuladas.
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Age como se fosse movida a motor.
*
Dificuldade em esperar sua vez.
*
Interrompe e se intromete.

3. TDAH - tipo combinado - é caracterizado pela pessoa que apresenta os dois conjuntos de critérios dos tipos desatento e hiperativo/impulsivo.

4. TDAH - tipo não específico; a pessoa apresenta algumas características mas número insuficiente de sintomas para chegar a um diagnóstico completo. Esses sintomas, no entanto, desequilibram a vida diária.

Na idade escolar, crianças com TDAH apresentam uma maior probabilidade de repetência, evasão escolar, baixo rendimento acadêmico e dificuldades emocionais e de relacionamento social. Supõe-se que os sintomas do TDAH sejam catalisadores, tornando as crianças vulneráveis ao fracasso nas duas áreas mais importantes para um bom desenvolvimento - a escola e o relacionamento com os colegas. LEIA MAIS...



Hiperatividade: 25 DICAS PARA A REALIZAÇÃO DAS TAREFAS DE CASA


"Seu filho demora muito para terminar as tarefas de casa?" "Você enfrenta uma batalha todas as noites para que seu filho faça as lições de casa?" "Seu tempo de descanso à noite é gasto ajudando seu filho a fazer as tarefas da escola?" "Você se pergunta porque a criança precisa fazer tanto trabalho em casa?"

Segundo Diana B. Wright, se o seu filho apresenta problemas de atenção ou de aprendizagem, é muito provável que você e ele já tenham enfrentado algumas dessas questões. Compreender o objetivo das tarefas de casa - e aprender estratégias para lidar com elas de uma maneira efetiva - pode ser de grande ajuda na resolução dessa desagradável situação, muito comum atualmente nas famílias com filhos em idade escolar.

O objetivo principal das tarefas de casa é dar ao aluno a oportunidade de praticar o que aprendeu na escola. Não deve ser ensinar novos conteúdos ou habilidades. Praticar é importante porque ajuda a criança a dominar habilidades necessárias a um bom aprendizado. Frequentemente, no entanto, as crianças que mais precisam praticar são aquelas que tem maior dificuldade e demoram mais em fazer as tarefas, consequentemente, desenvolvendo sentimentos negativos em relação a essa atividade.

A seguir, iremos apresentar as primeiras 5 dicas para tornar essa atividade pedagógica um momento de real aprendizagem e não mais um motivo de conflito familiar.

Idéias práticas que os pais podem usar para auxiliar seus filhos nas tarefas de casa - desde a Educação Infantil até o Ensino Médio

1. ORGANIZAR-SE

Manter perto o material a ser usado nas tarefas.

“Mãe! Onde está o grampeador?” Para evitar a perda de tempo de procurar pelas gavetas, junte os materiais necessários para o estudo num cesto, caixa ou gaveta e mantenha perto do lugar onde seu filho estuda. Procure os objetos mais usados. A lista de materiais pedidos pela escola é uma boa dica ou siga esta lista para começar:

- lápis, canetas, borrachas

- apontador

- lápis de cor

- canetinhas coloridas

- cola

- marcador

- grampeador, clipes de papel, fita colante

- papel para rascunho

- calculadora

- tesoura, furador

- dicionários

2 OTIMIZAR O AMBIENTE

Seja flexível em relação ao lugar de estudo do seu filho. LEIA MAIS...



Hiperatividade: VOLTA ÀS AULAS

Maria Regina Silva


É hora de voltar para a escola!

Recomeçar as aulas pode ser estressante para algumas crianças, adolescentes ou jovens adultos portadores de TDAH. Fazer novos amigos, enfrentar novos professores pode ser atemorizador.

Neste artigo, Robert Kayton e Steven Kurtz, ambos psicólogos clínicos americanos, oferecem algumas sugestões para tornar mais fácil essa transição para alunos, pais e professores.

AJUDANDO SEU FILHO A ADMINISTRAR O STRESS

Sinais de stress

São muitos os sinais de stress em crianças. Os sinais físicos incluem dor de cabeça, dor de estômago, ranger de dentes, erupções na pele, aumento de alergias, doenças crônicas, mudança de apetite ou de sono. Os sinais emocionais e psicológicos incluem medo ou preocupação excessivos, vergonha ou culpa, apatia ou falta de interesse, depressão ou tristeza, instabilidade de humor e baixa tolerância à frustração - em outras palavras, incapacidade de regular a afeição e as emoções. Os sinais comportamentais são o retraimento, a timidez exagerada. A preocupação excessiva com alguma atividade, as explosões de raiva, as crises de choro, as reclamações e criticas, a implicância e a agressividade. Quando qualquer um desse sinais de stress ameaça o bem estar e a capacidade de funcionar, é necessário buscar ajuda.

Como os pais podem ajudar seu filho a lidar melhor com o stress? A primeira recomendação é informar-se o melhor possível sobre o funcionamento infantil para poder entender o comportamento dele

O que os pais podem fazer

* Primeiro que tudo, conhecer e entender o filho, principalmente porque é muito importante saber reconhecer quando ele está estressado e, se possível, o motivo do stress. Também muito importante é tentar viver e observar os fatos da perspectiva dele e não apenas da sua.

* Segundo, conhecer a si próprio. Tentar entender o como e o porquê da sua maneira de agir. Como o filho influencia a maneira de reagir dos pais? Qual o papel que a própria infância tem na maneira de tratar o stress do filho?

* Perceber quais as expectativas que se tem para consigo próprio e para com o filho, e se essas expectativas são compatíveis com a realidade e com a idade dele. Normalmente, expectativas são rígidas e inflexíveis. Podem ser identificadas como o que está sendo chamado de ''tirania do deveria". Quando alguém acha que "meu filho deveria fazer suas obrigações sem ser lembrado", está querendo que o filho obedeça a um conjunto de regras pré-determinadas. Isso impede que seconheça a criança como ela é, o que ocasiona não só mais stress para ela como limita sua habilidade natural de lidar com esse stress. Tipicamente, as expectativas não realistas da própria criança têm origem nessas exigências.

* Evitar atribuir motivos para o comportamento da criança. Quando isso é feito, pode-se estar criando algo que não existia, aumentando desnecessariamente o stress. É importante entender que qualquer pressuposição a respeito do filho, verdadeira ou falsa, é, essencialmente, um reflexo dos próprios sentimentos. Quando os pais se sentem manipulados ou controlados pelo comportamento do filho, não pressupor que é intencional da parte dele mas, ao invés disso, refletir sobre sua própria experiência e interpretação.

* Estabelecer limites firmes mas razoáveis e impor disciplina de maneira constante e não humilhante. O objetivo do modelo parental é agir com sabedoria e autoridade. Evitar rigidez excessiva, inflexibilidade, permissividade, inconsistência, proteção excessiva e controle.

* A boa comunicação entre os pais e o filho é de vital importância. A criança está sempre comunicando, seja falando, agindo ou não fazendo nada. Prestar atenção. O filho guiará os pais. Como já mencionado, não presumir saber o que ele está pensando ou sentindo ou o que pretende fazer. Presumir que conhece o filho tão bem que pode ler sua mente é um pré-julgamento e impede que se escute realmente o que ele está tentando dizer.

* Isso leva ao que talvez seja a mais importante função dos pais a de validar o filho através da validação dos sentimento e emoções dele. Na verdade, antes de escutar o que os pais têm a dizer, o filho precisa sentir que é percebido e compreendido pelo que realmente é. Há muitas maneira de diminuir o valor e a auto-estima de alguém. Humilhar é a mais comum, seja através de abuso físico ou emocional, negligência ou controle excessivo.

* Algumas vezes, invalidamos o que temos intenção de validar. Dizer a uma criança para não se preocupar, pois tudo vai dar certo, pode passar a mensagem de que os temores dela são errados e que o julgamento que ela fez do que pode acontecer é tolo. Isso pode fazer com que se sinta incompreendida ou que ela mesma é deficiente por se sentir daquela maneira. A sugestão é que, primeiro, seja reconhecido o medo da criança e dado apoio aos seus sentimentos; é muito provável que quando e se ela se sentir validada, estará mais aberta tanto para receber o apoio como para escutar o conselho.

CONSELHO AOS PAIS: PREPARAR OS PROFESSORES DOS SEUS FILHOS LEIA MAIS...



Hiperatividade: Como Lidar com o Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade na Pré-Escola

Lisa O'Brien


Sam explodiu para dentro da sala de aula. Mexeu no material de todas as mesas de atividades mas não ficou sentado tempo suficiente para completar nenhuma delas. Cinco minutos depois de ter entrado na salal, gritou: "O que é que eu posso fazer agora?" Brincou com brinquedos que não estavam incluídos nas atividades planejadas. Na hora da arrumação, fez barulho, andou de um lado para o outro e resistiu seriamente à mudança de atividade. Durante o trabalho de grupo, esteve irrequieto, interrompeu os trabalhos e, finalmente, se levantou e ficou andando pela sala. Quando a mãe de Sam veio buscá-lo no final da aula, falei que tinha sido um dia difícil mas que eu faria o melhor possível para ajudá-lo a ter um bom ano Disse que estava contente de Sam estar na minha sala. Eu estava dizendo a verdade, mas fiquei preocupada imaginando o quanto Sam poderia aprender neste ano e se eu teria a paciência e o preparo para controlar adequadamente seu comportamento desafiador. Sabia que era necessário conseguir uma parceria com seus pais e aplicar estratégias práticas para poder obter sucesso.

Sam, com as outras 3 a 5% crianças em idade escolar, tem TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade). Ter TDAH é como ser míope — o mundo está fora de foco. Você já tentou dirigir com cerração forte? Crianças com TDAH não conseguem focalizar a atenção nas coisas por muito tempo e logo se sentem irrequietas e aborrecidas, de modo que seguem um estímulo atrás do outro, sempre insatisfeitas, não conseguindo completar quase nenhuma atividade. Crianças com TDAH não enxergam com antecedência as conseqüências de uma ação, nem aprendem facilmente as lições que essas conseqüências trazem. Vivem o momento presente, levadas pelo impulso e pela necessidade de estímulo. Como resultado, não pensam no perigo de atravessar a rua atrás de uma bola ou de conversar com estranhos. Uma criança com TDAH pula de uma árvore, quebra a perna e, assim que tira o gesso vai lá e pula outra vez. Socialmente, sentem que estão dois passos atrás dos colegas. Emocionalmente, freqüentemente estão dois ou três anos atrás dos colegas. Infelizmente, crianças com TDAH são pouco compreendidas e muitas vezes classificadas como preguiçosas, não inteligentes ou problemáticas. Na realidade, muitas dessas crianças se esforçam muito para modificar o comportamento, mas seu esforço nunca é suficiente para modificar a impressão que se tem delas. Para crianças com TDAH, a vida é uma experiência frustrante. Para falar a verdade, elas se sentem tão frustradas quanto seus professores.

Se você é um professor que enfrenta o desafio de uma criança com TDAH, é possível modificar a sala de aula e suas lições de modo que o ambiente seja mais feliz e mais tranqüilo para você, seu aluno com TDAH e as outras crianças da turma. Aqui vão algumas sugestões.

Hora da arrumação. Avise com antecedência a criança com TDAH que haverá uma mudança de atividade. Acerte o alarme do relógio para ela saber quanto tempo tem para sua arrumação. Seja firme mas reforce positivamente durante as transições. Elogiar e premiar se ela conseguir se arrumar e se unir ao grupo antes do alarme soar.

Hora de grupo/história. Sente a criança perto de você. Permita que ela ajude de alguma maneira (segurando a gravura, passando coisas). Elogiar e premiar quando ela permanecer junto com o grupo durante o tempo todo, ou mais tempo do que da última vez. Isto é extremamente difícil, especialmente para crianças com TDAH muito pequenas.

Hora do lanche. Ensinar a criança a ficar no seu lugar até que tenha acabado de comer. Novamente, coloque o alarme para ela saber quanto tempo tem para comer. Avisar e retirar sua comida se ela sair do lugar. Mostre compreensão para com seu aborrecimento, mas não devolva a comida. É possível que ela perca algum antes de aprender a permanecer sentada até terminar a refeição. Premiar generosamente quando ela finalmente conseguir! (Observação: Isto pode não funcionar com todas as crianças, principalmente com aquelas que não têm fome no horário do lanche devido à medicação. Se a falta de apetite for um problema, talvez seja necessário permitir um horário alternativo para o lanche.)

Hora do descanso. Seguir a mesma rotina a cada vez. Designar um local para o descanso e colocar a criança no mesmo lugar a cada vez. Elogiá-la por ficar no seu "cantinho" e permanecer quieta até a hora do descanso terminar. Muito importante: retirar o maior número que puder de elementos que distraiam. Se você for preparar uma lição ou falar com outro professor durante o horário do descanso, fazer isto longe das vistas e dos ouvidos da criança.

Manter a classe pequena para evitar excesso de estimulação. Se possível, utilizar ajudantes ou outros professores para manter um número não muito grande de alunos por professor. Demonstrar amor, paciência e aceitação. A criança com TDAH necessita da sua ajuda para focalizar e funcionar.

Estruturar. Crianças com TDAH se desenvolvem extraordinariamente dentro de uma estrutura. Siga a mesma rotina dentro da sala de aula. Não ofereça mais de duas atividades ao mesmo tempo. Elogiar atividades que foram completadas.

É importante ensinar as outras crianças que todos somos diferentes, e que todos devem se ajudar. Com as crianças mais velhas da Pré-Escola, dramatizar situações em que uma criança precisa de compreensão, gentileza e ajuda amorosa. Aplicar os conceitos em situações reais da sala de aula. No trato com todas as crianças, utilizar e exigir gentileza. Por exemplo: "Notei que Joana está sendo uma boa amiga ajudando a Márcia a recolher os lápis de cera que caíram no chão" ou "Gosto do jeito que o José está na fila, sem empurrar. Obrigada, José" ou "Vocês viram como a Patrícia está quietinha? Patrícia, você acaba de ganhar uma estrela para a sua agenda".

Você é professor de uma criança muito especial. É muito possível que seu aluno com TDAH seja criativo, inteligente, multi-talentoso e que deseje, acima de tudo, agradar os adultos que o rodeiam. Ele está habituado ao fracasso e a ser mal compreendido pelos outros. O que ele precisa é da sua compreensão, sua aceitação e do seu amor. Se for encorajada e receber oportunidades, essa criança tem um grande potencial para o sucesso.





Organização: Uma Séria Dificuldade na Vida do Portador de TDAH

PORTADOR

Criar uma estrutura e manter-se nela (ter horário certo e duração determinada para as atividades, lugar adequado para guardar seus objetos, regras fixas para realizar trabalhos). Usar meios que ajudem na organização:
- separar a roupa a ser usada na noite anterior
- ter uma agenda e anotar os compromissos
- ter um relógio e programar com antecedência as atividades
- usar um gravador para anotar e não esquecer
- ter um palmtop e lembrar de olhar as anotações.

PAIS

Ter espaço para guardar as coisas (gavetas, prateleiras, mala de escola, pastas coloridas para diferentes trabalhos de escola).
Marcar todo o material pessoal e da escola.
Ajudar a criar hábitos organizacionais:
- reforçar o uso de agenda pessoal
- treinar e cobrar o uso de relógio (que deve ser bem barato porque vai se perder muitas vezes...)
- antes de dormir, repassar com a criança o que vai precisar para as atividades do dia seguinte.

PROFESSOR

Usar e abusar das cores para organizar o material e os trabalhos do seu aluno com TDAH.
Ajudar no planejamento dos trabalhos e dividir em pequenos segmentos uma atividade muito longa.
Estimular o uso da agenda.
Ter espaço adequado para guardar cada material no seu lugar.
Ajudar o aluno a descobrir o sistema de organização que melhor funciona para ele.



Características Mais Que Positivas



De modo geral, todas as pessoas que lidam com portadores de TDAH ficam tão ligadas nas dificuldades por eles apresentadas, ou nas características que incomodam e trazem problemas, que acabam não reconhecendo os pontos positivos que possuem e que, na maioria das vezes, são características realmente extraordinárias e dignas de serem notadas, encorajadas e aproveitadas.

A pedagoga Sandra Rief, especialista em Educação Especial e Recursos de Aprendizagem, faz uma lista de pontos fortes comumente encontrados em crianças, adolescentes e adultos com TDAH:
- resiliência
- espontaneidade
- engenhosidade
- criatividade
- ousadia
- intuição

- imaginação
- inventividade
- inovação
- boa observação
- sensibilidade às necessidades dos outros
- generosidade
- energia infinita
Cabe a nós, "os outros", valorizar esses traços positivos na luta para aumentar a auto-estima, ajudar a desenvolver essas qualidades para que suplantem as dificuldades e aproveitar esses dons para conduzir nossos portadores na conquista de uma vida mais produtiva e feliz.

Blog Educar já*

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