Escola da Ponte
Trabalho de Psicologia da Educação do curso de Formação de Professores (Educação Artística) apresentado à Universidade São Judas Tadeu (2005), sob orientação da Professora Zenáide Caciare Pereira.
A Escola da Ponte é uma escola pública da Vila das Aves situada no subúrbio da cidade do Porto em Portugal. Coordenada pelo Prof. José Pacheco, a escola é conhecida por seu projeto inovador, pois rompe com os padrões tradicionais.
É uma escola sem turmas, que não segue o sistema padrão de seriação/ciclos adotado pelas instituições de ensino em Portugal. A escola não tem paredes internas para separar os alunos de acordo com a idade ou série. As crianças e os adolescentes compartilham o mesmo espaço físico, um grande galpão, muito bem estruturado para pesquisa e de fácil acesso aos alunos. Esses, por sua vez, se agrupam de acordo com a área de interesse a ser pesquisada, independente da faixa etária.
Assista ao vídeo, depois continue a leitura.
A escola é embasada na autonomia dos alunos e professores, na qual se aprende a liberdade responsável e a solidariedade. Estes são os grandes valores cultivados dentro da Ponte.
Os alunos da Ponte são educados para serem cidadãos, exercitando a cidadania. São chamados a praticar a democracia dentro da própria escola, como cidadãos autônomos. Na prática da democracia, organizam assembléias para resolverem problemas de disciplina entre eles. O aluno que desrespeitar as regras, predeterminadas por eles mesmos, é convidado, perante todos, a refletir e pronunciar-se sobre seu comportamento dentro da escola.
Segundo ALVES (2004: 12),
“O que mais fortemente começou a me impressionar na Escola da Ponte foi a doce e fraternal serenidade dos olhares, dos gestos e das palavras de todos, crianças e adultos. Ali, ninguém tem necessidade de engrossar ou elevar a voz e de pôr em bicos de pés para se fazer ouvir ou reconhecer pelos demais – porque todos sabem que sua voz conta e é para ser ouvida”.
É uma escola na qual se concretiza o sonho de todo educador. Existe uma aprendizagem significativa que se tornou possível graças ao relacionamento cultivado dentro dessa escola. Um relacionamento interpessoal, autêntico e afetuoso, que respeita a individualidade de cada um. Os alunos e profissionais não são vistos como máquinas de produção de conhecimento, mas como pessoas normais em busca de um caminho seguro, embora conscientes de sua transformação constante.
Os professores que vão lecionar na Escola da Ponte precisam se ajustar ao novo modelo, mas há tempo para se acostumar a esta nova experiência de vida. Para a escola a principal qualidade do professor é ser gente, ser capaz de ver em todos dentro da escola um ser único. Essa experiência que o transformará em um professor carinhoso e o levará ao caminho da multidisciplinalidade, e o tornará capaz de auxiliar seus educandos a gerenciar sua própria aprendizagem. Os professores desenvolvem nesses alunos capacidades e competências que os ajudarão a continuar a construir o de se adaptar a qualquer mudança que ocorra em suas vidas, e leva para casa estas potencialidades de auto-regulação e respeito ao próximo. PACHECO (2005) afirma que: “Para mudar temos de refazer conceitos e desfazer certezas”.
Quanto aos alunos, estes aprendem a usar a sua curiosidade e a capacidade de investigação a favor da construção do conhecimento. FREIRE (2005: 86) confirma esta teoria: “O fundamental é que professor e alunos saibam que a postura deles, do professor e dos alunos, é dialógica, aberta, curiosa, indagadora e não apassivada, enquanto fala ou enquanto ouve. O que importa é que professor e alunos se assumam epistemologicamente curiosos.”
Veja o Blog da Escola da Ponte, confira a responsabilidade dessas crianças. Na verdade não existe só um blog, pode pesquisar que você encontrará vários, tanto para professores, como para os alunos.
Também recomendo o livro de de Rubens Alves, é excelente e vale a pena.
ALVES, Ruben (2001). A Escola que Sempre Sonhei, sem imaginar que Pudesse Existir. Campinas-SP: Papirus.
Epistemologicamente: referente à epistemologia, que é a reflexão geral em torno da natureza, etapas e limites do conhecimento humano.
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