De várias maneiras, CRESCER sempre diz que brincar é importante, e você se dá conta disso dia a dia. Saiba aqui como as pesquisas com animais comprovam o que já é consenso
Por Robin Marantz Henig, New York Times Magazine I Tradução Claudia Honegger
Na noite de uma terça-feira chuvosa, no fim de janeiro de 2008, 200 pessoas saíram de suas casas para ouvir um psiquiatra falar apaixonadamente sobre brincar. Stuart Brown, presidente do Instituto Nacional para Brincadeiras, falava na Biblioteca Pública de Nova York, na rua 42. Ele criou o instituto em 1996, depois de mais de 20 anos em prática e pesquisa psiquiátrica que o convenceram das conseqüências perigosas de se ficar sem brincar por muito tempo. Sua mensagem parecia ressoar entre os membros da platéia, com perguntas ansiosas sobre o que parecia ser uma perda das brincadeiras na vida de seus filhos. Sua preocupação vinha, sem dúvida, do recente dilúvio de elogios à atividade lúdica.
Educadores têm se preocupado, pois autoridades escolares estão diminuindo os recreios para criar espaço em um currículo cada vez mais comprimido. Psicólogos reclamam que crianças com muitas atividades não têm tempo sobrando para o verdadeiro trabalho infantil: a ociosa, criativa e desestruturada brincadeira. As autoridades da área da saúde estão ligando o tempo insuficiente para brincar com o aumento da obesidade infantil.
Cientistas que estudam a brincadeira, em humanos e animais, estão desenvolvendo uma visão consensual de que ela é uma parte central do crescimento e do desenvolvimento neurológico. Um caminho importante para as crianças construírem cérebros complexos, habilidosos, responsáveis, socialmente adaptáveis e cognitivamente flexíveis. Esse trabalho continua deixando algumas perguntas sem resposta, incluindo aquelas sobre o lado mais obscuro e ambíguo das brincadeiras. Existe realmente uma necessidade evolucionária, ou de desenvolvimento, em jogos perigosos ou nos sentimentos feridos e na maldade que parecem estar tão presentes nas brincadeiras infantis? Responder a essas perguntas poderia nos ajudar a entender o que pode ser perdido se as crianças brincarem menos.
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