O potencial da economia ‘verde’ Investimento em tecnologias limpas gera grandes oportunidades de negócio, dizem líderes políticos
Cerca de 500 presidentes e representantes de empresas eram o alvo dos organizadores do encontro. A maioria das companhias participantes está ligada à produção energética. Ban se revezou no palco com personalidades como o ex-vice-presidente norte-americano Al Gore, o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, e até a atriz Cate Blanchett. Todos juntos tentando sensibilizar a poluente comunidade empresarial. "Temos que chegar a um acordo este ano. Não no ano que vem”, declarou Gore. “Um fracasso político na COP15 é simplesmente inaceitável e os poderosos representantes que estão agora nesta sala devem exercer um papel primordial para prevenir um fiasco”, completou Blanchett. Que há uma crise climática todo o mundo sabe. Mas se o argumento de que as próximas gerações estão ameaçadas parece longínquo, os políticos tentam convencer os empresários “pelo bolso”. “As mudanças também trazem grandes oportunidades econômicas”, ressaltou o presidente da Comissão Europeia. Segundo Barroso, se a União Europeia conseguir que 20% de sua energia sejam gerados por fontes renováveis até 2020, isso pode significar mais de um milhão de empregos no setor industrial, sobretudo nas áreas de infraestrutura, eficiência energética e tecnologia automobilística “limpa” (como biocombustíveis ou carros elétricos). Solução para três grandes crises
Os empresários defendem também que os governantes se concentrem em obter um acordo que limite o aumento da temperatura global a 2ºC até 2050. Desde 1990, as temperaturas aumentaram em 0,12ºC e a previsão da ONU é que na metade do século os termômetros registrem de 1ºC a 2ºC a mais em relação a 1990. Além disso, a classe empresarial exige que o acordo a ser firmado na COP15 estabeleça limites para que o dióxido de carbono se transforme em um bem “escasso”, pois só assim as empresas poderiam migrar para uma economia mais verde. A expectativa para o êxito de um novo acordo da ONU aumentou depois que os líderes empresariais concordaram que é necessário cortar as emissões de gases causadores do efeito estufa pela metade até 2050 (tendo como base o ano de 1990), por meio do estabelecimento de limites específicos para a emissão de carbono. Entretanto, entidades como o Observatório Associado da Europa (CEO, na sigla em inglês) ressaltam que grande parte dos empresários presentes na cúpula prefere seguir com as medidas atuais, confiando no desenvolvimento de tecnologias que possam sanar as contaminações no futuro. “Lobistas corporativos estão tentando influenciar as conversas sobre a COP15 antes mesmo de ela começar. Se suas demandas forem escutadas, acabaremos perdendo a luta contra as mudanças climáticas”, alerta a entidade. A “falta de vontade política” também foi apontada como um dos principais obstáculos ao acordo. “No entanto, a vontade política é um bem renovável”, disse Gore, depois de destacar as propostas do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, para a redução de emissões. A cúpula internacional tinha como objetivo aquecer as turbinas (de energia renovável, se elas existissem fora da metáfora) para a COP15. Mas os discursos mornos e o ceticismo crônico de alguns participantes deixaram uma sensação de incerteza. Apesar disso, dois dos líderes que se destacaram no evento, Gore e Barroso, deixaram claro que acreditam no sucesso da COP15 e procuraram afastar qualquer clima de pessimismo em relação ao esperado encontro de dezembro. Clarissa Vasconcellos Especial para a CH On-line 29/05/2009 |
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domingo, 31 de maio de 2009
ECONOMIA VERDE......
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