Olá, é um prazer ter sua companhia !

"Brincar com crianças não é perder tempo, é ganhá-lo; se é triste ver meninos sem escola, mais triste ainda é vê-los sentados enfileirados em salas sem ar, com exercícios estéreis, sem valor para a formação do homem."

( Carlos Drummond de Andrade )


sábado, 7 de março de 2009

POESIAS.........

SEM PALAVRAS

Que ninguém seja contra

A que vou dizer,

Mesmo eu sendo um cabeça-de-bagre.

Que ninguém seja contra

A que vou falar,

Mas santo de casa nno faz milagre.

O robusto marido esportista,

Triatleta e fisiculturista,

Campeão de judô e maratona,

A esposa decepciona

Quando tenta e não consegue

Abrir um vidro de azeitona.

A irmã do dentista é banguela,

O filho do churrasqueiro nunca comeu vitela.

Aquela "top model" famosa

Sempre tem dor de cabeça

Quando o marido a procura.

O exército brasileiro,

No lugar de defender,

Instaurou no país

A tão dita ditadura.

A luz do quarto do eletricista não acende,

A respeitada psicóloga tem um filho que é demente.

Eu mesmo, escritor

Que sou, ou que tento ser,

Nno consigo escrever

Nem, ao menos, tão somente,

Uma frase pra vocL.

O TEMPO

o há tempo,

Tenho pressa.

Bateu vento,

Vamos nessa.

Deu a hora,

Vamos indo,

A aurora

Já vem vindo.

É o mundo,

Minha gente,

Lá no fundo,

Que é corrente.

Correnteza

Sem igual

Da destreza

Temporal.

Só lamento,

Ao correr,

O momento

o viver.

E o palhaço

o chegou.

Já o maço,

Se acabou.

A avenida

Está parada.

Minha vida,

Acelerada.

Vida é longa

Quando surta,

Mas termina,

Por ser curta.

A NOZ

Ilusão atroz

De quem traz a noz

Fechada de dor

Deste meu amor.

Trata-se de noz

Cuja casca dura,

De larga espessura,

Está entre nós.

Precisa de amor

De forte cutelo,

Que desmanche a casca

Sem deixar farelo.

E, deste recheio,

Deleitar-se-á

No bolo, no meio

Da torta, no chá,

No manjar mais fino,

Com um belo vinho,

Com uma cervejinha,

Sem sair da linha.

Amor bom é este

De apreciar,

o importa como,

Quando e o lugar.

Amor bom é este

De saborear,

Mas, ai!, não tem jeito,

Tem que descascar.

Leandro Leite Leocadio. Poeta, contista, ilustrador e cartunista. Teve uma infãncia multirregional, tendo vivido no Rio de Janeiro, em São Paulo e Natal, capital do Rio Grande do Norte.

Nunca freqüentou qualquer escola de arte, tendo começado a desenhar e escrever por iniciativa própria desde tenra idade. Em 1993, no Centro Cultural São Paulo, realizou sua primeira exposição de cartuns a nanquim, aquarela e guache na H.Q. Brasil da ABRA, Academia Brasileira de Artes, tendo exposto, também, em 1995, na II H.Q. Brasil, promovida pela mesma instituição.

Formado em direito, foi colaborador de O Pasquim 21 – jornal dirigido por Ziraldo –, vindo a escrever para diversos sites, jornais e revistas.

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